Governo
discutirá política de amortecimento de preços de combustíveis
Publicado em 03/06/2018 - 12:58
Por
Mariana Tokarnia - Repórter da
Agência Brasil Brasília
O Ministério de Minas e Energia (MME) estuda a
criação de uma política de amortecimento de preços dos combustíveis que chegue
ao bolso do consumidor. Nesta segunda-feira (4), técnicos do MME e do
Ministério da Fazenda, que integram o grupo de trabalho criado para discutir o
assunto, têm reunião marcada. Estão incluídos na discussão os combustíveis
derivados do petróleo, como a gasolina.
O acordo firmado com os caminhoneiros para o fim do
movimento de paralisação define a redução de R$ 0,46 no preço do diesel nas
bombas. Agora, a intenção é incluir na discussão também os demais combustíveis,
criando um mecanismo que proteja o consumidor final da volatilidade dos preços.
Segundo o MME, o grupo de trabalho vai convidar
especialistas no assunto para ajudar a construir uma solução que permita, por
um lado, a continuidade da prática de preços livres ao produtor e importador e,
por outro, o amortecimento dos preços ao consumidor. A primeira reunião do
grupo ocorreu na última sexta-feira (1º), com participação de técnicos da
Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O grupo de trabalho vai discutir o amortecimento
dos preços dos combustíveis (Fernando
Frazão/Arquivo/Agência Brasil)
"[Essa política de proteção] terá que
preservar a atual prática de preços de mercado para o produtor e importador, o
que é tido pela atual administração como um ponto fundamental para a atração de
investimentos para o setor. Vai trazer previsibilidade e segurança ao
consumidor e ao investidor", diz a pasta em nota.
Política de preços
Desde 2016, a Petrobras segue uma política de
variação do preço dos combustíveis que acompanha a valorização do dólar e o
encarecimento do petróleo no mercado internacional. Na nota, o MME diz que a
política de liberdade de preços da Petrobras, assim como das demais empresas de
petróleo que atuam no país, "é uma política de governo". "A
Petrobra s teve e tem total autonomia para definir sua própria política de
preços", destaca o texto.
Com os reajustes, no início de maio, a
Petrobras anunciou um crescimento do lucro líquido de 56,5% no primeiro
trimestre deste ano, em relação a igual período do ano passado, atingindo R$
6,96 bilhões. O crescimento expressivo surge depois de quatro anos seguidos de
prejuízos e de um processo de reestruturação e de redução do endividamento da
companhia, que teve início após as denúncias da Operação Lavo Jato.
Este foi, segundo a estatal, o melhor resultado trimestral desde o início de 2013, quando a empresa havia lucrado R$ 7,69 bilhões, e também terminou o trimestre com resultados positivos em sua métrica de segurança.
Este foi, segundo a estatal, o melhor resultado trimestral desde o início de 2013, quando a empresa havia lucrado R$ 7,69 bilhões, e também terminou o trimestre com resultados positivos em sua métrica de segurança.
Flutuações
As flutuações, no entanto, impactam o
consumidor. Ontem (2) a Petrobras aumentou em 2,25% o preço da
gasolina em suas refinarias. Com isso, o litro do combustível ficou 4 centavos
mais caro, ao passar de R$ 1,9671 para R$ 2,0113, de acordo com a estatal.
Em um mês, o combustível acumula alta de preço de
11,29%, ou seja, de 20 centavos por litro, já que, em 1º de maio, o combustível
era negociado nas refinarias a R$ 1,8072. O preço do diesel, que recuou 30
centavos desde o dia 23 de maio, no ápice da greve dos caminhoneiros, será
mantido em R$ 2,0316 por 60 dias.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) diz, em nota técnica, que a política de preços resultou, entre o final de abril e maio, em 16 reajustes do preço da gasolina e do diesel nas refinarias. Para o consumidor final, os preços médios nas bombas de combustíveis subiram, considerando os impostos federais e estaduais, de R$ 3,40 para R$ 5, no caso do litro de gasolina (crescimento de 47%), e de R$ 2,89 para R$ 4,00, para o litro do óleo diesel (alta de 38,4%).
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) diz, em nota técnica, que a política de preços resultou, entre o final de abril e maio, em 16 reajustes do preço da gasolina e do diesel nas refinarias. Para o consumidor final, os preços médios nas bombas de combustíveis subiram, considerando os impostos federais e estaduais, de R$ 3,40 para R$ 5, no caso do litro de gasolina (crescimento de 47%), e de R$ 2,89 para R$ 4,00, para o litro do óleo diesel (alta de 38,4%).
Edição: Juliana Andrade
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