O passo a passo para se
candidatar a um estágio no exterior
Meses antes de fazer as malas, o
estudante deve se preparar para a vivência fora do país: do idioma ao processo seletivo,
entenda o passo a passo para o estágio dos sonhos.
Por
Priscila Bellini
Há mais etapas entre a
application e o estágio no exterior do que você pode supor logo de cara. Entre
a decisão de realizar um intercâmbio profissional e o embarque para o país
escolhido, uma preparação que pode levar meses ou até anos: é preciso se
preocupar em ter domínio do idioma local e até mesmo o respaldo legal para
realizar o estágio.
Para detalhar algum dos itens
mais importantes da preparação, a diretora da Abipe (Associação Brasileira de
Intercâmbios Profissionais e Estudantis), Paula Semer Prado, e a diretora dos
intercâmbios internacionais da AIESEC, Geórgia Barbosa, compartilham algumas dicas
essenciais para se dar bem.
#1 Prepare-se para o Idioma da empresa de destino
Você pode cometer um deslize aqui
e ali, já que não deve ser seu idioma materno. Entretanto, é necessário ter um
nível de domínio que vá, no mínimo, do intermediário ao avançado. “O ideal é,
antes, focar no aprendizado do idioma, aqui ou lá fora. Quando o candidato se
sentir seguro, pode aplicar para os programas de estágios”, indica Paula, que é
responsável no Brasil pelo programa IAESTE (International Association for the Exchange
of Students for Technical Experience).
Para que a experiência acrescente
pontos ao currículo, o padrão é que o estagiário realize funções ligadas à sua
formação. Ainda assim, há quem prefira complementar a formação com tarefas em
outras áreas
Lembre-se: como estagiário
estrangeiro, além de demonstrar bom desempenho nas tarefas desempenhadas dentro
da empresa ou da universidade, é necessário ter desenvoltura para se comunicar
na língua do país. Por isso, verifique qual o idioma utilizado pela empresa em
que pretende estagiar, caso já tenha alguma em foco, e direcione sua preparação
para o aspecto idiomático. Veja se, por exemplo, no caso de uma instituição
polonesa, o idioma falado entre os funcionários e padrão nos documentos é o
inglês.
Se não tiver uma empresa na mira,
pense na lista de países que estão entre os seus interesses e coloque o idioma
oficial como meta. Se não tiver uma região em especial de interesse, escolha
inglês ou espanhol para trabalhar com mais afinco.
#2 Filtre por duração e atividade
Há dois aspectos, também
essenciais, que vão moldar a experiência do intercâmbio e devem ser pensados
com antecedência. O primeiro deles é o tempo disponível para passar em outro
país. Para a diretora da Abipe, o mínimo recomendável é de seis meses, para dar
tempo à adaptação e permitir que o estagiário produza algo de diferente dentro
da empresa. “Mas, na situação do Brasil, em que muitos estudantes já trabalham,
é melhor usar o período das férias do que não fazer nada”, ressalta Paula. De modo
geral, as instituições consideram como mínimo o período de seis semanas.
Definido o tempo disponível, é
hora de selecionar a atividade a ser desempenhada. Para que a experiência
acrescente pontos extras ao currículo, o padrão é que o estagiário realize funções
ligadas à sua formação. Ainda assim, há quem prefira complementar a própria
formação com tarefas em outras áreas, e use o intercâmbio para isso. “Há casos
de estudantes de Direito que escolhem a área educacional no estágio, por
exemplo. Se a pessoa tem uma habilidade extra e quer trabalhar com outra coisa,
nada a impede. Tudo depende do background e da experiência dela”, explica
Geórgia Barbosa, da AIESEC.
Para tirar a dúvida sobre qual
atividade desempenhar durante o intercâmbio, o jeito é pensar a médio e longo
prazo. Como esse estágio pode ajudar nos próximos passos da sua carreira? Use a
questão-base para escolher o posto de trabalho com certa antecedência.
#3 Compare: ir via instituição de apoio ou conta própria?
É nessa parte que o candidato deve
planejar como vai chegar às empresas e outras instituições que oferecem vagas
para estrangeiros. Há múltiplos caminhos, que vão de agências especializadas à
procura individual do estudante em sites de empresas específicas que o atraiam.
Em organizações como a Abipe, há
um processo em que os membros da associação “filtram” as candidaturas. De 1800
inscritos, somente a parcela que passar pelo funil vai ter acesso a vagas
selecionadas pela instituição. É um processo diferente do realizado na AIESEC,
que dispõe de um portal gratuito disponibilizando oportunidades ao redor do
mundo para diferentes perfis. O site funciona também como forma de exibir seu
perfil profissional e acadêmico a outras oportunidades. “O candidato preenche
um perfil, coloca o currículo dele em inglês e então fica disponível para ser
visualizado pelas AIESEC do mundo. O estudante, então, vai vendo as
oportunidades e aplicando para elas”, explica Geórgia Barbosa.
Agora, se o estudante tem
interesse específico no programa de estágios de uma instituição específica, que
pode ser as Nações Unidas ou mesmo uma multinacional de renome, o caminho pode
ser mais direto. Nesses casos, é possível ficar de olho nas oportunidades da
empresa e até mesmo contatar os recrutadores desses processos seletivos para
tirar dúvidas.
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