Covid-19: OMS cobra
de governos distribuição equitativa de material
Instituição cobra
coordenação de esforços para produção de insumos
Publicado em 23/03/2020 - 17:06
Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil - Brasília
A Organização
Mundial da Saúde (OMS) divulgou hoje (23) que cobrará das nações do G20 uma
coordenação de esforços para a produção e distribuição de insumos e materiais
necessários à prevenção e ao combate ao novo corona vírus. O G20 é o grupo dos
países mais ricos do mundo.
O diretor-geral da
organização, Tedros Ghebreyesus, apontou hoje, em entrevista coletiva, a necessidade
da medida para que nenhum país fique desabastecido da estrutura para as
providências de vigilância em saúde e atendimento médico contra a covid-19.
“Resolver esse
problema requer comprometimento político e coordenação em nível global.
Precisamos de unidade no G20, que tem mais de 80% do PIB global.
Comprometimento político significa solidariedade e lutar contra essa pandemia
da forma mais forte possível”, destacou o diretor-geral.
Ele elogiou países
que estão disponibilizando recursos e profissionais para atuação em outras
nações. A China, por exemplo, negocia com o Brasil a venda de insumos
produzidos pelo governo oriental para combater o surto chinês, que já se
encontra em fase de estabilidade.
Outra medida que
será defendida pela entidade junto aos governos do G20 será a garantia de
equipamentos de proteção individual a profissionais de saúde. Estes são os que
estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus e com
alto risco de contágio pelo contato frequente com pacientes confirmados
ou em tratamento.
“Trabalhadores só
podem fazer seu trabalho se puderem fazer de forma segura. Continuamos ouvindo
relatos alarmantes de números grandes de infecção entre trabalhadores de saúde.
Se não priorizarmos trabalhadores da saúde muitas pessoas vão morrer porque
esses trabalhadores vão estar doentes”, alertou Tedros Ghebreyesus.
Ainda no tocante à
cooperação entre os países, os representantes da organização criticaram falas
de governantes, como a do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de
atribuir culpa pela pandemia à China, local dos primeiros casos confirmados.
“A posição da OMS é
clara. Isso é uma distração agora. Temos que focar no que precisamos fazer
agora. Não temos culpa nisso, temos somente o futuro. E temos capacidade. Temos
que lutar juntos”, declarou o diretor executivo da OMS, Michael Ryan.
Pandemia acelerando
O diretor-geral da
OMS destacou que a pandemia está acelerando. Foram 67 dias do primeiro caso
reportado até atingir 100 mil casos, mais 11 dias até 200 mil e
somente quatro dias para chegar a 300 mil casos confirmados.
De acordo com a
última atualização da OMS, no início da tarde de hoje, os casos confirmados
somam 332,9 mil, com 14.5 mil mortes. A pandemia já se espalhou por 190 países.
A China ainda lidera, com 81,6 mil casos, seguida por Itália (59,1 mil),
Estados Unidos (31,5 mil), Espanha (28,5 mil) e Alemanha (24,7
mil).
Fifa
A OMS anunciou uma
parceria com a Federação Internacional de Futebol (Fifa) no lançamento da
campanha “Chutar para longe o novo coronavírus”. Jogadores contribuíram
na produção de diversas mensagens de conscientização e de ações de prevenção
contra a pandemia.
O goleiro do
Liverpool e da seleção brasileira, Alisson Becker, participou da entrevista
coletiva e falou sobre a importância da difusão de informação de qualidade
sobre a pandemia. “O direito à informação correta deve ser atendido nesse
momento. Convido pessoas a seguir informação das autoridades locais e da
Organização Mundial de Saúde”, disse.
Edição: Aline Leal
/ Lílian Beraldo
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