Geração
eólica cresce 77% e consumo de etanol, 18,6% em 2015
- 22/07/2016 15h04
- Rio de Janeiro
Nielmar
de Oliveira – Repórter da Agência Brasil
Investimentos na matriz eólica contribuem para a
geração de energia limpa Arquivo/Agência Brasil
geração de energia limpa Arquivo/Agência Brasil
A matriz energética brasileira
ficou mais limpa no ano passado, principalmente com o crescimento significativo
do consumo de energia proveniente de fontes eólicas e do etanol.
Simultaneamente, caiu a demanda por gasolina, informa a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), que divulgou hoje (22) a edição deste ano do Relatório
Síntese do Balanço Energético Nacional (BEN).
O relatório revela ainda que, no
ano passado, o consumo de energia proveniente de fonte eólica aumentou 77,1% em
relação a 2014 e que o de etanol cresceu 18,6%. Ao mesmo tempo, o consumo de
gasolina caiu 9,5%.
A nova edição do relatório
apresenta em detalhes a contabilização da oferta, da transformação e do consumo
final de produtos energéticos no país, tendo por base o ano de 2015. O BEN
mostra que a oferta interna de energia (total disponibilizado no país) atingiu
299,2 milhões de toneladas equivalentes de petróleo, registrando uma redução de
2,1% em relação ao ano anterior.
Segundo a EPE, empresa
responsável pelo planejamento energético do país, a queda foi influenciada pelo
comportamento da oferta interna de petróleo e derivados, que caiu 7,2% no
período em consequência do superávit nos fluxos de exportação e importação
destas fontes energéticas.
“Contribuiu ainda para a queda da
oferta interna bruta o enfraquecimento da atividade econômica em 2015, ano em
que o PIB [Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no
país] nacional contraiu 3,8%, segundo o último dado divulgado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE]”, ressalta a empresa.
Em contrapartida, do ponto de
vista da energia elétrica, houve expressivo avanço da participação de
renováveis na matriz elétrica de 74,6% para 75,5%, o que é explicado pela queda
da geração térmica à base de derivados de petróleo e pelo incremento da geração
à base de biomassa e eólica.
Esse avanço veio a compensar a
redução de 3,2% da energia hidráulica, com a oferta interna de energia elétrica
caindo 8,4 terawatts-hora (TWh), retração de 1,3% em relação a 2014. Já a
geração eólica atingiu 21,6 TWh - crescimento de 77,1% - ultrapassando assim no
ano passado a geração nuclear. A potência eólica atingiu 7.633 megawats (MW),
uma expansão de 56,2%.
Os dados da publicação da EPE
confirmam a queda de 1,9% no consumo final de energia em relação ao ano
anterior – nos setores industrial e de transportes, a variação foi de -3,1% e
-2,6%, respectivamente.
Já o setor industrial teve o
consumo reduzido em 2,7 milhões de toneladas equivalentes de petróleo, com
impacto da queda do consumo de carvão vegetal (-6,5%) e de eletricidade (-5%)
no setor siderúrgico, e do bagaço de cana (-3,9%), nesse caso, em decorrência
da queda na produção de açúcar.
Demanda cai no setor de transportes
Ainda em função da crise
econômica que o país enfrenta, a demanda energética caiu 2,3 milhões de
toneladas equivalentes de petróleo no segmento de transportes, principalmente
em virtude da queda de 4,3% do consumo de óleo diesel, consequência da menor
atividade do setor de transporte de carga.
Apesar da retração, um fato
positivo é que, no ano passado, houve o percentual renovável na matriz de
consumo do setor de transporte passou de 18% para 21%. Essa evolução é
consequência direta do menor consumo de gasolina (-9,5%), em parte compensado
pelo maior consumo de etanol (+18,6%).
Em 2015, o total de emissões
antrópicas (termo usado em ecologia que se refere a tudo que resulta da atuação
humana) associadas à matriz energética brasileira atingiu 462,3 milhões de
toneladas de dióxido de carbono equivalente (Mt CO2-eq), contra 485,1 milhões
de toneladas equivalentes verificada em 2014.
Edição: Nádia
Franco
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